domingo, 19 de fevereiro de 2017

Carta de uma desconhecida





Conselho de uma desconhecida…


[...]

"Querido eu estou lhe enviando essa carta para lhe dizer um pouco sobre ela, para você não se vê perdido diante ao temperamento impetuoso da boa garota.
Vamos começar com umas coisas básicas.


Primeiro você precisa entender que ela não é como as outras, ela tem lá seu temperamento forte, suas manias e costumes e um jeitinho bem interessante de ver a vida. Entretanto nenhuma mulher é igual a ela, nenhuma mulher é igual a outra. Entenda.


Ela não vai correr atrás, ela não vai chorar por você, ela não vai mostrar que tá carente ou que o mundo que ela tem segurado entre suas mãos tem mais defeitos do que o que você vive. Se ela for a sua casa ela não vai mostrar que está com fome, com sono, que precisa de um abraço, de um carinho, de uma xícara de café ou um ano de férias.


Ela vai perguntar sobre sua vida, sobre sua mãe, sobre sua família, sobre seu trabalho, sobre seu dia… e vai esperar as respostas e se não quiser dizer ela vai entender.  Mas ela não vai te questionar, ela não vai dar opinião sem que alguém tenha pedido, ela vai sorrir e ficar porque é isso que ela faz, ela apóia sempre.


Se você lhe partir o coração ela não vai a sua casa as 3 da manhã dizer que você precisa voltar pra ela que não vive sem você. Não. Ela está muito longe disso. Ela vai se enfiar no quarto, vai chorar por ELA ter sido idiota, por ELA ter acreditado, mas não vai pôr a culpa em você.  Não, ela vai assumir todos os problemas como sempre fez.


Ela não vai te chamar no What's app, não vai dar mais que a necessária atenção, ela não vai implorar por você, não vai dar esse gosto a ninguém.


Ela reconhece que os amigos são passageiros,  os amores não são eternos e a felicidade sempre é momentânea.


Ela pode sentir saudade, pode morrer de ciúmes, pode ter todo e qualquer sentimento, mas ela não vai demonstrar. Talvez você pergunte o porque. E eu vou lhe responder.


Acontece que ela aprendeu desde cedo que todo e qualquer sentimento demonstrado é a ruína para si própria e para os outros. Ela aprendeu que não adianta se apegar de mais as coisas, elas sempre viram cinzas na sua própria mão. Talvez ela se destrua sozinha. Mas ela nunca permitiria que alguém lhe destruísse, não novamente.


Você acha que isso significa que ela é indiferente? Acredito que é exatamente o contrário. Ela não é assim porque quer, é porque aprendeu a ser. Entendeu que nem tudo que se mostra é verdade, que nem toda lágrima é sincera e nesse esforço de tentar não se parecer com isso, ela se esconde.


É contra toda sua natureza dizer que ama, dizer que se apaixonou, dizer que gosta da sua amizade, de contar os problemas para alguém. E dai que isso não é bom? E daí que se ela guardar para si é pior? E dai os mil conselhos que recebeu? Ela continua acreditando que compartilhar fracasso é fraqueza, que compartilhar felicidade é arrogância, que compartilhar temores é ingenuidade, que compartilhar amor é tolice.


Não é como se as pessoas a fizessem mudar de opinião, não é como se algo a mudasse. Não. Mas vou lhe dizer uma coisa, ela precisa apenas de um motivo para se abrir mais, para sorrir, para deixar de tentar ser forte o tempo todo. Ela precisa de alguém que lhe dê esse motivo e que não a faça duvidar das suas reais intenções. Alguém que ela possa confiar sem medo de que vai lhe fazer algum mal  ou dê tirar a esperança, ela precisa de alguém que seja forte por ela, alguém que a entenda que lhe mostre como ser melhor…

Se você não for essa pessoa, peço que se afaste. Não é por medo de você destruír ela novamente, não. Cacos de vidro não podem se ferir, mas podem ferir alguém."

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